21 de novembro de 2010

hoje minhas lágrimas fazem aniversário.
um ano de não aguentar seguír na mesma cor
da mesma estrada.
impedida pelo corpo
de ter força
nas palavras
nas açoes
de ter clareza nos olhos.
um ano de imaginar
que a solução era só a distancia
de achar que duraria pouco
de pensar que a fome e a luz viriam logo.
um ano que não tive a escolha
do controle
dos planos
dos olhos aberto.
da sensibilidade como guia.
comemoro.
comemoro com uma gratidão
ainda sem nome
com uma clareza
ainda turva
com um alívio
ainda torto.
comemoro com a certeza
de novos ares
de pés no chão.
comemoro com algum desejo
da vontade de sonho.
Hoje minhas lágrimas fazem aniversário
E eu comemoro
E brindo
Com elas.

18 de novembro de 2010

esconderijo.

eu sei que você sabe eu sei que sabemos aqui não pode, aqui não dá nessa nossa geografia de cidade grande onde é tudo tão pequeno e eu sei que você sabe. Não posso estampar você nos meus programas nas minhas partes nas minhas idas e vindas e escolhas e passagens. e eu sei. eu sei que você sabe. Aí por onde você foge Nesse silêncio de mata e flor Aí por onde você inventa Que é paz e que é melhor Eu torço para que você Se encontre e me encontre. Aqui por onde não insisto Fica apenas uma coisa esquisita sem nome de saudade ou lembranças ou lamentos por que não a temos. e eu sei que você sabe. Nosso gozo escondido Nas palavras de uma tela tão pequena e tão imensa é tão pouco pro nosso encontro. è tão sujo pros nossos rios... é tão morno pros nossos mares... E disso, você não sabe.

17 de novembro de 2010

criança perdida no shopping. pegadinha. cabra-cega. tonta e cheia. tombo e vazio. olhos procurando o porto. quem? alguém? criança sem rumo levanta e mira. criança sem rima. não vê o muro. criança segue. criança não pede. criança se vira.

mais, bem mais e quase tudo.

o que esqueço ou comemoro nunca chega. o que como desde sempre, eu vomito. do outro lado da rua, a rosa. do outra lado da rua, a maçã mordida pela timidez da minha loucura. do outro lado, o lado B. meu lado beta. meu lado alfa de todas as cores. do lado de lá a canção escondida, perdida nas vozes de outros. o que esqueço ou comemoro nunca chega. cada casa um caso. cada casa eu caso. cada verso um beijo não dado , não vivido, tão novo e tão antigo. pra cada dor uam flor roxa. pra cada abraço uma prisão. pra cada lado , ausência de dois. dois dados. mesmo jogo. o que esqueço ou comemoro nunca chega. o que vem da ética atinge. não correr bem não dói. não desejar ,não mata. desata a moral sem tintas. corrigir é errar naturalmente. o que vejo não deixo. o que chega obedeço. atar nós pra todos nós. o que esqueço ou comemoro nunca chega. um brinde. um beijo. uma noite. chocolate. areia nos pés. barco-solidão. um tim tim no chão. copo rachado . coração. wisky, vinho, pão. viola, verso. olhos nos olhos dos olhos. um brinde um beijo. uma noite. o que esqueço ou comemoro nunca chega.

6 de novembro de 2010

Mais.

Eu não sei se é possível. Eu não sei se é possível mais. Todas as palavras que (me) borbulham Às vezes Parece que morreram n `algum Lugar de um rio cansado. Às vezes Parece que foram morar No fundo mais profundo de algum poço (Onde eu mesma as levei...e por lá ficaram) Parecem descansar ou descaber Na vida da vida toda. Acontece que Em outras vezes... Todas as palavras Parecem dançar ou gargalhar ou gritar ou chorar ou tudo e mais... Em ondas violentas no meu mar. (Não chego a lugar nenhum sem passar por elas) Nessas horas não posso ser descaso. Nessas horas estar aqui salva meu dia seguinte... Nessas horas abraço o tempo e coloco dentro meus medos e os depois. Nessas horas... onda vira verso. vira -vira. vira tudo. revira-mar.desvira-eu. Eu não sei . Eu não sei se é possível Mais Depois de Tanto. Mas é tanto... É tanto Que tento.